Grupo de pesquisa da UFSC expõe game independente na BGS
- Maria Fernanda Salinet
- 10 de out. de 2015
- 3 min de leitura
Os chamados indie games estão ganhando espaço e prometem ser o futuro da indústria nacional

O Grupo de Educação e Entretenimento UFSC (G2E) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) apresentou o indie game The Rotfather na Brasil Game Show (BGS), realizada em São Paulo.
Formada há três anos, a equipe trabalha sem financiadores e busca explorar caminhos para se inserir no universo dos jogos de forma independente. De acordo com o fundador da evento, Marcelo Tavares, a expectativa de crescimento deste mercado no país é de 13% ao ano até 2019.
Considerada a maior feira de jogos eletrônicos da América Latina, a BGS atraiu cerca de 180 expositores de todo o mundo. O G2E foi um deles, instalado no pavilhão destinado às iniciativas independentes.
O game The Rothfather narra a história de um rato chamado Al-Kane, o qual luta pelo controle do tráfico de açúcar na Nova York dos anos 40. A trama marcada por manipulação e assassinatos vai muito além do jogo digital, já que a equipe desenvolve outros produtos, como animação, quadrinhos, livros e jogos de tabuleiro.
Ao levar informação para múltiplas plataformas de comunicação, o grupo aposta na transmídia, uma tendência mundial.
“Nossa paixão é por toda a indústria criativa. A ideia do game é a central, mas nossa paixão é por todo o tipo de arte e tecnologia que conte histórias e divirta”, afirma o líder do grupo, Gabriel Werlich.
Nos próximos cinco anos, o Brasil deve se consolidar como um dos mercados de games com maior expansão do mundo.
Um novo estudo do instituto de pesquisa de mercado NewZoo indica que o Brasil é o 11º maior na área de jogos eletrônicos em termos de faturamento, com cerca de US$ 1,28 bilhão em 2014.
Apesar da relevância na economia nacional, a única pesquisa realizada pelo governo federal sobre a indústria de games foi em abril do ano passado.
O estudo do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aponta nas políticas públicas a criação de um observatório de games, com o objetivo de monitorar o que acontece no segmento de maneira global. Isso permitiria que os desenvolvedores brasileiros se antecipassem às tendências e criassem produtos que pudessem competir internacionalmente.
Segundo Werlich, faltam programas de incentivo à indústria criativa. “Começar uma empresa indie hoje é um risco monetário gigante. A ausência de um setor estruturado dificulta muito”.
HOPLON: UMA DAS MAIORES DESENVOLVEDORAS DE GAMES EM SANTA CATARINA
A Hoplon, desenvolvedora e publicadora de games de Florianópolis, provou que é possível crescer e se consolidar na indústria nacional. Criada em 2000, tem mais de 100 funcionários e participou da BGS em 2013.
De acordo com o gestor de comunidade da empresa catarinense, Daniel Medeiros, o mercado tem sido cada vez mais exigente e a feira tem cobrado cada vez mais caro. “Muitas grandes empresas estão deixando de aparecer lá, talvez pela falta de retorno que o evento tem trazido pra elas”.
Mesmo assim, Medeiros está entusiasmado com o cenário que está sendo criado para os indie games. “Vários pequenos projetos surgem e conseguem ir adiante, o que nos deixa muito felizes com o caminho que o país está seguindo. Em breve, os gamers brasileiros vão exigir que o desenvolvimento nacional tenha a mesma qualidade dos jogos de fora”.
Para ele, o desenvolvedor precisa de dedicação e de um produto ‘decente’: “é necessária uma boa ideia muito bem executada, além da divulgação do projeto. Mas um produto malfeito tem uma vida curta e ainda pode queimar o filme da equipe”, afirma o gestor.
Confira um dos games desenvolvidos pela Hoplon, o Heavy Metal Machines:
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