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ENTREVISTA | Joana Castanheira fala sobre as dificuldades de ser independente na música catarinense

  • Maria Fernanda Salinet
  • 18 de nov. de 2015
  • 3 min de leitura

Viver de música ainda é muito difícil no Brasil, especialmente para as mulheres. Em Santa Catarina, existem algumas premiações que visam incentivar a música autoral, como o Prêmio Catarinense de Música, criado em 2013.

Mesmo assim, a maioria das indicações é de artistas homens. Joana Castanheira quer quebrar essa barreira machista. A cantora de apenas 18 anos tem um canal no YouTube onde divulga músicas que estão fazendo sucesso nas rádios, além de composições autorais.

Por conta do sucesso dos vídeos, alguns com mais de 70 mil visualizações, Joana faz parte da Rede Dia Estúdio, uma network certificada pelo Youtube, onde recebe auxílio na produção de conteúdo.

Atualmente, ela cursa Jornalismo na Universidade Federal de Santa Catarina e integra a Cia Grito de Teatro, de Florianópolis.

Em entrevista, a youtuber solta o verbo. Fala das dificuldades em ser independente e como o feminismo mudou sua maneira de perceber o mundo.

Quando questionada sobre a insuficiência de espaços culturais, ela diz que Florianópolis precisa de mais abertura no cenário musical. Pondera que mesmo o teatro tenha pouco espaço, ele ainda recebe mais incentivo. “Seria interessante que acontecessem mais festivais de música, abertos a novos compositores e bandas”, afirma.

Joana reforça que é ainda mais difícil para as mulheres conquistarem seu espaço.

“Acho que o cenário musical aqui é complicado pra todo mundo, mas para as mulheres complica bastante em alguns sentidos. Aconteceu há algum tempo que um barzinho daqui não estava aceitando bandas que tivessem mulheres como vocalistas, por exemplo. Outra coisa é que normalmente ninguém acredita muito que mulheres sejam boas instrumentistas e, também por esse motivo, as mulheres instrumentistas acabam ficando apagadas. Até entre os próprios artistas da cidade elas não são conhecidas”.

O feminismo está mais do que presente em sua vida e isso impacta no que ela produz. “Eu procuro sempre analisar as letras das músicas que eu gravo pra que elas tenham mais a ver com aquilo que eu acredito e, consequentemente, minhas composições também são influenciadas”.

A cantora também diz que tem procurado por mulheres para tocarem em sua banda, composta apenas por homens e, por mais que ela os considere incríveis, a falta de representação feminina a incomoda:” às vezes isso me deixa um pouco chateada”.

No final da entrevista, Joana fala como o jornalismo, proporcionou mais do que somente o aprendizado da técnica, a ajudou a perceber o mundo de uma maneira diferente.” Acredito que a faculdade tenha aberto a minha mente pra várias questões que hoje fazem parte da minha carreira como, por exemplo, o feminismo”.

PLAYLIST | ELAS POR ELAS

O MOSAICO preparou uma lista de sons que celebram a representatividade feminina. Curta o som e a história dessas mulheres.

1. TOMBEI - KAROL CONKA

Karol Conka é considerada uma das principais representantes do rap feminino no país. Em suas músicas compõe o mais singelo retrato de combate ao machismo e ao racismo. A paranaense de Curitiba irá lançar a nova música “É o Poder” no dia 4 de dezembro. A composição é mais uma parceria com os produtores do Tropkillaz, que também assinam “Tombei” – sem dúvida uma das músicas mais expressivas da artista.

2. DESCONTRUINDO AMÉLIA - PITTY

O rock, que ainda é um gênero musical predominantemente masculino, tem na Pitty uma de suas principais representações femininas atuais no país. A baiana começou a carreira ainda adolescente, tocando em bandas de hardcore de Salvador e atingiu o sucesso nacional quando se arriscou na carreira solo, graças ao álbum “Admirável Chip Novo”, nos anos 2000. Ela levante questões feministas e luta pelo empoderamento da mulher em todos os meios que ocupa.

3. A LOUCA - MANUELA TECCHIO

Manuela é estudante de jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina e membro do Coletivo Jornalismo Sem Machismo (JSM). A composição foi feita a partir de conversas na mesa do bar sobre atitudes machistas que suas amigas sofreram. A música bombou nas redes sociais em junho deste ano e trouxe muita visibilidade para a questão e ao próprio coletivo.

4. DONA CILA - MARIA GADÚ

Maria Gadú é uma cantora, compositora e violonista de Música Popular. Desde sua estreia, Maria chamou a atenção de público e crítica, sendo indicada duas vezes ao Grammy Latino. Ela escreveu a canção para a sua avó, que estava prestes a falecer. A composição traz a melancolia da saudade, que traz a representação de um grupo mais velho, esquecido pela maioria das vertentes feministas: as avós.

5. MULHER DO FIM DO MUNDO - ELZA SOARES

O novo disco A Mulher do Fim do Mundo é o renascimento de Elza Soares. Em 11 faixas inéditas, ela interpreta uma mulher que passou por muitas batalhas, mas que ao final, mesmo ferida, superou tudo. A narrativa é sobre uma mulher corajosa que não tem pudor ao contar sobre seus desejos em tom apocalíptico.

 
 
 

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